A Hiperatividade e Défice de Atenção pode condicionar o sucesso de uma criança no seu percurso escolar. Sendo uma perturbação que surge na infância e pode perdurar até à fase adulta, reflete-se em sintomas associados ao défice de atenção, ao excesso de atividade motora e à impulsividade.
Como podem imaginar, estar sentado numa cadeira, manter-se em silêncio e virado para o quadro a copiar o que lá está ou até mesmo saber esperar pela sua vez para falar na sala de aula, são tarefas que podem ser difíceis para estas crianças. E atenção: não são tarefas difíceis porque são crianças “mal educadas” ou “com falta de regras e limites”. São tarefas difíceis porque, por causas biológicas, é-lhes difícil controlar o seu comportamento e gerir as suas emoções.
Dicas
Como tal e visto que parte das escolas portuguesas dificilmente estão totalmente ajustadas às necessidades e dificuldades destas crianças com materiais, estruturas e formação para pais, respetivos professores ou auxiliares de educação, deixo-vos aqui algumas dicas:
- Utilize reforços positivos para todos os comportamentos da criança mesmo que sinta que são um dever da criança. Esta iniciativa motiva a criança a controlar os seus comportamentos e a acreditar que é capaz de o fazer autonomamente!
- Perante um comportamento desadequado, descreva o que viu e comunique com a criança sobre o que esta acha que poderia ter feito diferente e como. Será normal, que estas crianças tenham noção do comportamento que seria aceitável mas pela dificuldade em controlar os seus impulsos não o executam! É importante que sintam que acreditam que numa próxima oportunidade serão capaz de continuar a dar o seu melhor e que não estão sozinhas!
- Seja assertivo nos limites e coerente naquilo que diz e naquilo que faz. Assim, a criança tem uma clara noção de orientação e segurança junto de si. Esta orientação e segurança por parte da criança, ajudam-na a sentir-se menos ansiosa ou inquieta, ajudando-a a ter maior autocontrolo sobre o seu comportamento;
- Antecipe as tarefas e atividades ao longo do dia utilizando um relógio, um temporizador, um plano visual que ajude a criança a ter tempo para se preparar emocionalmente para as mudanças entre as tarefas e atividades;
- Partilhe instruções diretas, curtas e claras uma de cada vez! Seja verbalmente ou em fichas peça à criança que as repita consigo ou com um colega;
- Peça a colaboração da criança para lhe ajudar na sua auto-confiança e dar-lhe momentos de descontracção: “podes pedir 10 fotocópias desta ficha que vamos fazer? ; ” podes ajudar-se a apagar o quadro?”;
- Convide a criança a sentar-se numa mesa frente ao quadro mas não longe si assim facilmente mantém contato ocular com a mesma ou toca-lhe no ombro para rechamar a sua atenção quando necessário;
- Organize atividades e fichas aos pares ou em grupo, com diferentes materiais para motivar a criança;
- Dê prioridade à qualidade e não há quantidade de fichas ou atividades que a criança tem de fazer;
- Descreva o quão bem está a criança: “estás tão bem sentado!”, ” quão bem está a escrever”, “adoro ver como estás atento”..
- Preocupe-se em que a criança esteja bem na sala de aula, a conseguir acompanhar os conteúdos a lecionar. Se esta não está exatamente bem sentada na cadeira, se tem uma bola anti-stress na mão enquanto trabalha, entre outros estímulos que não sejam prejudiciais e totalmente desajustados, não se preocupe em focar-se nisso! O importante é o progresso e a capacidade da criança em manter-se empenhado nas tarefas!
- Não esquecer que “o adulto sou eu”: é normal que o adulto se irrite e tenha dias de mais impaciência. No entanto, é expetável que como adulto que é, procure saber como autogerir estas emoções e o que pode fazer quando sabe que é um dia “não”. Posso respirar fundo? Posso, neste dia, tirar 10 minutos de pausa? Posso ser honesto com a criança, partilhar como me sinto e pedir-lhe a sua colaboração?
- Lembre-se que a criança tem uma dificuldade e não é mal educada por opção! Tal como tem dificuldades também tem pontos potencialidades e qualidades que DEVEM ser valorizadas‼
É um desafio diário acompanhar, ensinar e educar estas crianças tão especiais. No entanto, se estas sentirem que têm o vosso apoio e que não são menos que as outras crianças, serão de certo pessoas muito mais felizes e adultos totalmente independentes, capazes de ter um percurso escolar profissional e de vida como qualquer pessoa!
Bom regresso ao terceiro período 📚
Blog Mais q’ Especial
Olá Beatriz! Partilhei o teu artigo, e obtive este comentário de uma amiga do fb:
Marilia Angove: Cara Beatriz, abrigado por partilhar as suas dicas. A Beatriz tem profile no LinkedIn? Pois que eu gostaria de partilhar as suas dicas no LinkedIn, muito obrigado.
Olá Josiana!
Obrigada! Sim tenho =) Envio aqui o meu link: https://www.linkedin.com/in/beatrizpereirapsicomotricista/
Beijinho
Olá Beatriz gostei muito das suas informações ,Tenho uma neta que faz 10 anos em junho e sofre do défice de atenção, é super inteligente quando entrou na escola surpreendeu tudo e todos pois sabia ler corretamente sem que nós se tivéssemos apercebido disso .Só que têm comportamentos muito infantis ,A pediatra dela receitou lhe comprimidos que ela toma 1 por dia e nos dias de testes a professora faz logo de manhã que é quando ela está mais atenta.é boa aluna mas poderia ser melhor se estivesse a tenta
Olá ! =)
Fico feliz por saber que as informações lhe foram úteis!
O importante é valorizar a criança por todo o esforço que faz, mostrando-lhe que se acredita sempre nas suas potencialidades!
Beijnhos