Dicas: ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida!

“Ser capaz de tomar decisões”, “ser capaz de defender o seu ponto de vista, mostrando respeito pelos outros”, “acreditar que é capaz” são alguns dos desejos que muitos pais têm para os seus filhos. Num mundo em que o julgamento, a crítica e os desafios são cada vez maiores e exigem cada vez mais que sejamos resilientes, muitos pais procuram a melhor forma de ajudar a criança a ser confiante e bem-sucedida.

Como tal, hoje escrevo-vos com algumas dicas sobre como podem ajudar a criança a desenvolver a sua confiança:

  1. Adequar exigências e tarefas à criança:é importante que as instruções e as tarefas pedidas às crianças estejam adequadas à idade e tenham em consideração as suas dificuldades. Dou-vos dois exemplos: pedir a uma criança de dois anos para fazer a cama e esperar que a mesma fique bem-feita, é exigir-lhe uma tarefa que não está ainda adequada à sua idade. Pedir a uma criança que tem dificuldades utilizar uma tesoura para que corte um desenho sobre os limites, é exigir sem considerar as suas dificuldades. Relembro que é fundamental que os pais estejam informados sobre as competências esperadas para cada fase de desenvolvimento da criança ou até mesmo para as dificuldades associadas a perturbações de desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem.
  2. Não resgatar a criança: se a criança se deparar com um desafio, e se for seguro, deixe que a criança pare para observar o que aconteceu e reflita sobre como pode superar o desafio. Ao ver-se capaz de participar na resolução do desafio, a criança aprenderá a acreditar que é capaz.
  3. Valorizar aquilo que se vê, não a perfeição: é importante mostrar à criança que o importante não é a perfeição, mas sim o espírito de iniciativa, o envolvimento e o empenho na tarefa com o seu melhor. É importante descrever aquilo que a criança faz, não o seu resultado propriamente dito. Para além disso, lembrem-se de não comparar a criança ou o que a criança faz, às outras crianças. Mostre-lhe antes o quão única é. Mostrar-lhe esta individualidade e valorizá-la, irá ajudar no desenvolvimento da sua auto-estima e auto-confiança.
  4. Focar no “copo meio cheio” em vez do “meio vazio”: conhecem a história do copo que tem água até metade? Imaginem isso mesmo e respondam a esta pergunta: o copo está meio cheio ou meio vazio? A resposta a esta questão irá mostrar-vos se têm maior predisposição para ver as situações pela positiva ou pelo lado negativo. Pois bem, ajudem as crianças a abraçar as nossas experiências e as suas necessidades e dificuldades pelo lado do copo meio cheio. Relembrem a criança do que já conseguiu aprender, melhorar ou superar e chamem a sua atenção para tarefas, ações, comportamentos ou competências que a criança coloca em prática com sucesso!
  5. Deixar a criança decidir: muitos pais receiam dar opções de escolha ou liberdade na escolha que a criança quer fazer. Sentem que ser pais é estar no controlo de cada passo da criança. No entanto, adequar esta liberdade ou opção de escolha à idade será a base para que a criança se torne num adulto capaz de ponderar os pontos positivos e menos positivos das situações que terá de enfrentar na sua vida. “De pequenino se torce o pepino!” –  lembrem-se! Antes de não deixar a criança decidir se quer usar a camisola branca ou a camisola azul, pense se é assim tão importante que seja você a decidir que camisola leva!
  6. Reconhecer em vez de elogiar:já falei sobre isto num artigo sobre reconhecer em vez de elogiar. O elogio torna a criança dependente do que os outros lhe dizem. Quando descrevemos aquilo que são capazes de fazer, em vez de os elogiar e definir que são x ou Y, motivamos a criança a acreditar nas suas capacidades e a agir dessa mesma forma, com espontaneidade e intenção.
  7. Incentivar a criança a relacionar-se com os outros e a ajudar: é fundamental para que a criança se torne uma criança capaz de se adaptar a situações, pessoas ou formas de pensar/brincar/estar diferentes da dela. Desta forma, desenvolve-se a resiliência que tem por base a confiança e tantas outras competências sociais como o respeito pelo outro! Ao incentivá-la a ajudar outras crianças ou adultos, a criança sente tem o poder de fazer a diferença, de contribuir para algo, ajudando-a a acreditar que tem valor e é capaz!
  8. Ajude a criança a dar asas à sua imaginação: ajudando-a a visualizar-se a concretizar algo que deseja muito ou junto de alguém de quem quer muito estar perto. Esta visualização, fá-la acreditar que é possível…e acreditar é a palavra de ordem para se conseguir!

Lembrem-se que todos temos a confiança dentro de nós. Não há pessoas sem ou com mais confiança. O potencial está mesmo dentro da criança, dentro de todos nós…só precisamos de o despertar!

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Psicomotricista, apaixonada por conhecer e partilhar. Autora do blog 'Mais q'Especial'.

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Beatriz Pereira

Psicomotricista, apaixonada por conhecer e partilhar. Autora do blog ‘Mais q’Especial’.