Manda o pai ou manda a mãe? É questão de sintonia!

Penso que já lá vai o tempo em que a resposta a esta questão ora balançava para o pai 👨 ora balançava para a mãe 👩. Hoje, já  sabe-se que o equilíbrio da balança depende da sintonia entre os pais.

Talvez por, ao longo dos últimos anos, a mulher ter ganho uma voz mais ativa entre os homens e na família e o homem ter um maior envolvimento na educação dos filhos, existe a certeza de que a sintonia entre mãe e pai é o melhor para a criança.

Sintonia entre pai e mãe?

Claro que cada um tem a sua personalidade, a sua forma de ver as coisas mas sintonia não implica que o pai tenha de ser igual à mãe ou que a mãe tenha de ser igual ao pai. Trata-se sim de desenvolver uma empatia entre mãe e pai, discutir o que acham ou não aceitável e acordarem entre ambos o estilo de educação que darão ao seu filho, as regras e limites que deverão existir sempre e estabelecerem um espírito de equipa na concretização das responsabilidades e tarefas parentais.

Haverão dias em que a sintonia não será fácil de manter pois ou estarão demasiado cansados e irão ceder à birra da criança, ou porque estarão tão ocupados que não vão conseguir manter a exigência ou dar a atenção à criança ou, simplesmente, porque só quererão um tempo de paz e sossego sem qualquer tarefa a ter de fazer…e, no fundo, não há mal nenhum nisso, pois acredito que se existir sintonia entre pai e mãe, se existir sempre honestidade e companheirismo entre ambos, saberão equilibrar a balança nestas alturas.

“Isto é tudo bonitinho, mas quão importante é esta sintonia para a criança?”

Os benefícios desta sintonia  entre mãe e pai refletem-se, sem qualquer dúvida:

  • no desenvolvimento emocional da  criança

    Quando não existe sintonia no que diz respeito à educação da criança existem mais discussões no núcleo familiar dificultando a perceção da criança sobre o que é esperado dela e como se deverá comportar. Este clima de tensão e incerteza pode criar insegurança emocional na criança, levando-a a ter receio de deixar de ser amada, sentindo-se frustrada, incapaz ou sem rumo, por exemplo. Por outro lado, se estas discussões forem calmas e se tratarem de partilhas sobre diferentes pontos de vista, mantendo sempre o respeito pela opinião do outro, a criança terá um exemplo que ajudará a desenvolver a sua empatia, a sua maturidade, o seu espírito de companheirismo, cooperação e a disponibilidade para o mútuo acordo…

  • no desenvolvimento social da criança:

    A noção clara e persistente de limites e regras e a transparente sintonia e concordância entre os pais, permite à criança desenvolver o respeito pelo outro, saber adequar o seu comportamento junto dos outros,  saber comunicar,  respeitar o outro pelas suas diferenças, ajudando a criança a saber gerir o seu comportamento, pela noção de que as suas ações tem sempre uma consequência sobre os que estão à sua volta.

  • no adulto que a criança se irá tornar:

    Todo o adulto espelha a criança que foi, o que aprendeu e viveu na sua infância inclusive a sua dinâmica familiar. Se a infância que tiveram incluiu um estilo parental em que existia uma sintonia e uma cooperação constante entre os vossos pais, de certo, hoje em dia, sentem-se adultos mais seguros, mais maduros, mais capazes de ouvir o outro, mais companheiros, altruístas com relações mais fortes e recheadas de empatia. Digam-me se estiver errada! =)

  • na vossa estrutura e dinâmica familiar:

    A união no núcleo familiar, o prazer em estarem em família e a diversão lá por casa é, sem dúvida, fruto do equilíbrio e do companheirismo entre os pais lá em casa. Todo o bom ambiente familiar implica regras, limites, respeito mútuo e o saber escutar o outro….tudo o que implica numa sintonia entre pai e mãe.

Lembrem-se de sintonizar os canais aí por casa 📻 pois, no final de contas, não deverá mandar só o pai nem deverá mandar só a mãe!!! 👫

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Psicomotricista, apaixonada por conhecer e partilhar. Autora do blog 'Mais q'Especial'.

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Beatriz Pereira

Psicomotricista, apaixonada por conhecer e partilhar. Autora do blog ‘Mais q’Especial’.