Muitas são as dúvidas e preocupações dos professores e pais sobre a motricidade fina dos seus filhos e alunos no que diz respeito à escrita.
Ora porque não sabem segurar o lápis ora porque não realizam bem os movimentos implicados na grafia ora porque colocam muita pressão ou pouca pressão no lápis….todo um conjunto de dúvidas e que, naturalmente, preocupam.
Aquilo que nos devemos consciencializar é que não basta intervir-se diretamente sobre a força aplicada sobre o lápis, a correção da postura ou arranjar estratégias para promover uma preensão do lápis adequada. Esta intervenção é fundamental sim mas há toda uma outra abordagem que é fundamental desenvolvermos juntos das crianças com estas dificuldades e que implica ligar a área motora à área cognitiva:
1. Perceber se a criança compreende e diferencia conceitos de forte/fraco, mais/menos, grande/pequeno, pesado/leve, cima/baixo, linear/circular, entre outros.
2. Promover atividades de coordenação e organização do nosso tónus muscular. Por exemplo, vamos fingir que somos um coelho e que vamos cima de um fardo de palha; Agora, vamos fingir que somos um elefante que também irá cair sobre o fardo de palha. Que diferenças existiram no barulho, no fardo de palha, etc?
3. Promover a noção de corpo.
4. Desenvolver a consciência dos movimentos de cada parte do corpo e das ações específicas associadas a essa parte do corpo.
Agora, perguntam mas como é que isto pode ajudar a criança a segurar melhor o lápis ou a realizar os movimentos implicados na grafia?
Se uma criança não souber diferenciar maior pressão e menos pressão, terá mais dificuldade em passar de um estado para o outro e terá mais dificuldades em perceber como ajustar a sua forma de segurar o lápis de forma mais funcional e adequada.
Se uma criança não tiver consciência de como é “ser pesado” ou “ser mais leve”, terá mais dificuldade em perceber a diferença entre estes estados e em ajustá-lós.
Se a criança não tiver a noção e confiança sobre o seu corpo e as especificidades de cada parte do corpo, não saberá como usá-las de forma adequada nas ações do dia-a-dia.
Fez sentido?
E isto só prova como a Psicomotricidade é uma mais-valia: um trabalho de desenvolvimento a nível do corpo, cognição e emoção porque estas áreas estão sempre ligadas! ❤