A tecnologia – o novo urso de peluche das crianças.

A tecnologia veio, sem dúvida, revolucionar o tempo, a comunicação em família, a educação e o desenvolvimento das nossas crianças.
Esta ferramenta para muitas crianças tornou-se o “urso de peluche” preferido dos dias de hoje e tem, como em tudo, pontos positivos e negativos.

Permite dar a conhecer realidades diferentes num ápice, ajuda realmente a distrair a criança quando há tarefas acumuladas, pode até dizer-se que desenvolve a motricidade fina com tanto deslize e com tanta precisão que é preciso ter para manusear os aparelhos ou apanhar os ícones no Candy Crush…Mas valerá isto tudo a pena?

Não será a exploração e a vivência com a realidade um maior promotor da aquisição de novos conceitos e realidades ?

Não serão mais importantes os saltos, as corridas e o pensamento estratégico no brincar às escondidas do que os saltos, as corridas e os truques para jogar Sonic, por exemplo?

Não será melhor colorir, brincar com plasticina, vestir bonecas ou arrumar garragens do que estar sentado a ver vídeos no youtube ? Sei lá, pergunto-me eu!! Digam-se se estiver errada…

A tecnologia tem pontos positivos. Não posso dizer que não, no entanto, tudo tem o seu tempo.  E o desenvolvimento do cérebro da criança depende de sabermos dar tempo ao tempo…!!

Brincar livremente, correr, sujar-se na lama, ler histórias, construir puzzles, jogar em família, cantarolar são atividades promotoras do desenvolvimento. Estes exemplos sim são promotores do desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social das crianças. São estas atividades que os levam a conhecer o seu corpo, distinguindo-se como pessoa individual e única; são estas atividades que os levam a desenvolver a memória, a atenção, o seu sentido de improviso e desenrasque que é também preciso; são estas atividades que as ajudam a aprender a aceitar o outro como é, a respeitá-lo mas também a fazer-se respeitar pelo diálogo e pela capacidade em saber partilhar e colaborar; são estas atividades que lhes permitirão saber quem são, o que fazem, o que sentem e como podem ser, estar, fazer e sentir; são estas atividades que lhes ensinarão a saber expressar os seus medos, as suas alegrias, as suas tristezas  frustrações!!

Estas sim são atividades que deixam as crianças serem crianças; as atividades que dão tempo aos tempos do cérebro que se vai desenvolvendo cada vez mais, quanto mais experiências vividas a criança tem.

Dicas

Ficam aqui três simples dicas para que a vossa criança retome ao antigo urso de peluche:

  • Imponham limites na utilização das tecnologias.
  • Evitem estar o tempo todo em tecnologias por casa. Não se esqueçam que as crianças querem sempre reproduzir o que observam!
  • Tenham momentos de família com jogos, histórias, passeios e atividades.

Não se esqueçam de dar tempo às crianças para serem crianças. Mais tarde, logo aprenderão sobre tecnologias…tal como nós, já crescidos.

Voltem aos antigos ursos de peluches.

Blog Mais q’ Especial

About the author

Psicomotricista, apaixonada por conhecer e partilhar. Autora do blog 'Mais q'Especial'.

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