Muitas vezes, partilham comigo o quanto a hora da refeição pode ser um caos! Uma verdadeira luta, tipo revolução francesa ou o 25 de Abril! 😅
Então, regresso ao ativo por aqui neste meu blog que tanto adoro para vos dar algumas dicas sobre a hora das refeições!
1. Evitar qualquer linguagem que demonstre o vosso medo ou ansiedade de que a criança não vai comer. As crianças apoderam-se de vós assim que sentem que estão “cheiiiinhos” de medo da hora da refeição. Isto inclui também evitar dizer em frente a outras pessoas que “ai, ele é péssimo a comer” como se isso fosse impossível de mudar e melhorar;
2. Façam a vossa reunião de família para estruturar bem as regras da hora da alimentação: horas, tempo para comer e o comer. Se só chamam, uma vez para a mesa, só chamam uma vez. Se só há peixe com batata (e sabem que a criança come muito bem este mesmo prato em qualquer outro lugar), só há peixe e batata. Se a criança se levanta mil e quinhentas vezes da mesa, consideram que é sinal de que já não quer comer nem a sobremesa que tinham preparado no final.
3. Muitas vezes, esta “luta” na hora das refeição vem exatamente de uma sensação de poder que a criança sente neste momento. Porque sabe que se não comer, os adultos preocupados em garantir que a criança coma, vão jogar o jogo que for preciso e que elas definirem. Então uma forma, de lhes dar poder neste momento, sem condicionar a alimentação propriamente dita, pode passar por envolverem a criança na confeção da comida, na escolha dos ingredientes no supermercado, etc.
4. Acreditem que a criança quando tem fome, ela come. Se termina o jantar sem comer o prato todo porque depois sabe que vai comer bolachas antes de ir para a cama ou um belo balde de pipocas, talvez seja por isso que acaba por nunca comer tudo. Porque sabe que fome é algo que não queremos que passem e que vão corresponder sempre à frase “eu tenho fome…posso comer bolachinhas?”;
5. Lembrem-se que, muitos dos comportamentos manifestados nas refeições, são a expressão de outras necessidades da criança como necessidade de ser mais escutado, envolvido em decisões ou atenção. Reflitam sobre a que necessidade devem corresponder.
Atenção: estas regras devem ser definidas e trabalhadas de acordo com as idades da criança e devem ser um trabalho de equipa em que o objetivo final pode ser “terem tempo para estarem juntos após o jantar”.